Persona non grata

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"Na última quarta-feira, o Brasil foi abalado pela delação do dono da JBS, Joesley Batista. Mais uma vez, uma longa lista de políticos foi implicada em graves casos de corrupção. Entre eles está o Presidente da República, Michel Temer, acusado de solicitar R$ 500.000,00 a serem intermediados por seu assessor especial, Rodrigo da Rocha Loures.

Em vídeo de flagrante divulgado pelo STF, Rodrigo da Rocha Loures aparece carregando uma mala de dinheiro antes de entrar em um táxi. Hoje, o mesmo Rocha Loures tratou de devolver a mala para a Polícia Federal - com 35 mil reais a menos. Seu pedido de prisão preventiva foi encaminhado duas vezes ao STF e foi afastado de seu cargo de Deputado Federal.

O fato é que Rodrigo da Rocha Loures é ex-aluno da FGV e ex-presidente do DAGV.

Mais novo, era como qualquer aluno da Fundação. Hoje tornou-se um criminoso nacionalmente conhecido. A grande pergunta é: o que separa o nosso futuro, hoje alunos e alunas, do que foi o futuro para Rodrigo Rocha Loures, aluno ontem? Da formação acadêmica à estrutura social, nada ainda mudou substancialmente.

Enquanto nossas instituições não são fortes o suficiente, apenas a moral pode impedir que quem é hoje um estudante de tornar-se também um criminoso.

Rodrigo fez uma opção. Pelo poder se corrompeu, ou por ele mostrou o que realmente era. Em tempos de crise e fora dela, tomaremos decisões que influenciarão o nosso futuro e o futuro de outros. Que nenhuma delas seja como as de Rodrigo Rocha Loures.

Para firmar seu caráter político diante da crise que vivemos, o DAGV repulsa a atitude de seu ex-presidente e o declara persona non grata.

Que a reação expressa por esse texto reafirme nosso compromisso com um país justo, forte e livre das ilicitudes. Aqueles que se aproveitam da sociedade saibam que, no Brasil que queremos, não haverá lugar onde sua honra possa ser preservada. Nem mesmo no seu passado."